Em 2020, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) definiu como obrigatória a educação financeira nos currículos educacionais da Educação Básica em escolas públicas e privadas do Brasil. 

Essa é uma das possíveis soluções para a melhoria dos baixos índices de letramento financeiro de uma sociedade com altas taxas de endividamento. Mas o que é a educação financeira? Como a escola estará contribuindo para uma formação completa e orientada?  

Continue a leitura deste post para entender melhor o tema. 

O que é educação financeira?

A educação financeira não tem nada a ver com Bolsa de Valores, ou realizar investimentos de alto risco. Trata-se da melhor compreensão em relação aos rendimentos financeiros, com objetivo de fazer com que o cidadão possa tomar decisões conscientes e assertivas. Basicamente, serve para estabelecer uma relação saudável com o dinheiro.

Por meio da educação financeira, o indivíduo consegue analisar como fazer o uso responsável do dinheiro, além de:

  • entender a importância do planejamento da aposentadoria;
  • como usar o cartão de crédito de forma responsável;
  • como e porquê não acumular dívidas;
  • importância de estabelecer metas financeiras.

Ademais, a educação financeira é uma forma de garantir qualidade de vida tanto no presente, quanto para o futuro. Afinal, o acúmulo de dívidas e a falta de dinheiro estão entre as principais causas de adoecimento mental da população.

Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de 2021, 70,9% das famílias brasileiras estão endividadas – o maior nível registrado em 11 anos. E engana-se que as pessoas com altos salários não têm dívidas. O número de pessoas com mais de 10 salários mínimos endividadas também cresceu no último ano.

Ou seja, o endividamento e a inadimplência não têm a ver com ter a quantia depositada todos os meses na conta bancária. 

Apesar de haver inúmeras causas para essas taxas, a falta de educação financeira sempre está presente nas pesquisas. O que mostra que não adianta ganhar bem, mas não saber como gerenciar o dinheiro corretamente

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Como a educação financeira deve ser abordada na educação básica?

No Brasil, a educação financeira está longe de ser um tema debatido dentro ou fora das escolas. Segundo relatório do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o país ficou no 17° lugar entre os 20 países pesquisados no que se refere às competências financeiras. Uma das saídas para reverter esse cenário é por meio da escola.

Desde 2020, a educação financeira passou a ser obrigatória em todas as turmas da Educação Infantil até o Ensino Médio. Segundo a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), o tema deve ser abordado de forma multidisciplinar no currículo pedagógico das escolas de todo o país.

O objetivo da educação financeira nas escolas é fazer com que as crianças e adolescentes aprendam como administrar o dinheiro de forma responsável, desde as primeiras moedinhas colocadas no cofrinho, até como gerenciar as primeiras mesadas dadas pela família, e o primeiro salário recebido. 

A BNCC estabelece que a educação financeira não deve se restringir apenas às aulas de matemática, pois essa temática deve ser abordada em todas as áreas do conhecimento, envolvendo dimensões psicológicas, culturais, sociais, políticas, econômicas, entre outras. 

“É possível, por exemplo, desenvolver um projeto com a História, visando ao estudo do dinheiro e sua função na sociedade, da relação entre dinheiro e tempo, dos impostos em sociedades diversas, do consumo em diferentes momentos históricos, incluindo estratégias atuais de marketing”, BNCC, pág. 269. 

Como fica a educação financeira no Ensino Médio? 

A educação financeira deve ser abordada no currículo acadêmico das turmas do último ciclo da educação básica. Entretanto, com a chegada do projeto do Novo Ensino Médio, essa temática ganha ainda mais importância e destaque dentro das escolas.

Com a implementação dos itinerários formativos, a educação financeira pode ser amplamente abordada no eixo estruturante “Empreendedorismo”. Dessa forma, a escola promove uma reflexão sobre a importância dos conhecimentos sobre dinheiro, alinhado ao desenvolvimento de habilidades voltadas para o empreendedorismo e inovação. 

Esses conhecimentos são tão importantes quanto os conteúdos tradicionais ministrados na sala de aula. Afinal, são temáticas que farão parte da vida dos estudantes durante toda a vida. Assim, os jovens com maior consciência financeira podem ajudar a melhorar os índices socioeconômicos do país

Leia também: O que é o Novo Ensino Médio e o que mudou com ele? 

Qual a importância da educação financeira nas escolas? 

Caso o plano pedagógico da sua escola não contemple a educação financeira, listamos alguns benefícios dessa temática para os alunos. Confira a seguir!  

1. Ajuda a moldar cidadãos conscientes 

Tratando-se do Ensino Médio, a educação financeira nas escolas é ainda mais importante. Esses alunos estão em uma fase onde se interessam em ter o primeiro emprego e solicitar um cartão de crédito.

Porém, esses jovens saem da escola sem saber como administrar o próprio patrimônio que estão começando a construir. Com isso, as más decisões financeiras podem ter impactos negativos por anos em sua vida pessoal e familiar.

Portanto, uma das principais vantagens da educação financeira nas escolas é, sem dúvidas, a possibilidade de moldar um futuro adulto consciente das próprias finanças. Dessa forma, ele será um cidadão menos consumista, que sabe evitar o acúmulo de dívidas e utilizar o dinheiro com sabedoria. 

2. Estimula a autonomia e a tomada de decisão responsável 

A educação tem debatido há algum tempo a importância de deixar o aluno responsável pelo próprio percurso educacional, com objetivo de torná-lo um cidadão mais autônomo e preparado para os desafios da vida. 

Inclusive, o estímulo à tomada de decisão responsável é uma das competências socioemocionais previstas na BNCC.

Desse modo, a educação financeira estimula o aluno a tomar decisões por conta própria. Essa habilidade não se restringe apenas ao campo financeiro, mas é útil para todas as outras dimensões formativas desse aluno, como social, acadêmica e profissional. 

3. Contribui com qualidade de vida pessoal e familiar 

Construir um patrimônio financeiro leva tempo, principalmente para os adolescentes que estão começando a planejar o futuro. Por isso, a educação financeira é essencial para que esse jovem tenha uma vida saudável financeiramente a longo prazo.

Acumular dívidas, não ter uma reserva de emergência, ou não ter como pagar as mensalidades da faculdade são alguns dos problemas financeiros que tiram o sono de qualquer pessoa. Em alguns casos, conhecimentos básicos da educação financeira poderiam evitar essas situações

Para além do planejamento pessoal, a educação financeira ensinada na escola pode ter impactos positivos no núcleo familiar do aluno, já que os conceitos que ele aprende na sala de aula podem ser colocados em prática no orçamento familiar. 

Itinerários formativos e Plataforma AZ

Além da educação financeira, é possível implementar outros formatos de itinerários formativos para as turmas do Ensino Médio – e a Plataforma AZ pode ajudar nesse processo.

A Plataforma AZ é uma solução educacional completa da Conexia Educação que oferece um conjunto de soluções educacionais inovadoras para a Educação Básica. Para este primeiro ano em que o Novo Ensino Médio deve estar em vigor, as nossas escolas parceiras podem contar com 16 microcursos integrados às diretrizes dos itinerários formativos com os temas:

  • Criação de Startups;
  • Saúde e Inovação;
  • Cidadão do Mundo.

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