Se você está planejando prestar o Enem, sabe muito bem a importância da redação para conquistar uma vaga na faculdade e curso dos seus sonhos. Esse é um dos focos da Plataforma AZ, que já ajudou vários estudantes a alcançar uma nota mil na redação.

E para te ajudar, nós separamos duas redações nota mil e algumas dicas que lhe ajudarão a melhorar suas produções e, quem sabe, conseguir a nota máxima. Vamos lá?

Dez dicas para fazer uma boa redação de Enem

Para começar, separamos dez dicas que podem ser a diferença entre ter uma redação boa e uma redação nota mil no Enem. São elas:

  • Conheça a estrutura da prova: compreender as competências cobradas é fundamental para garantir a nota máxima
  • Atente-se ao tema e aos textos de apoio: leia com atenção todos os termos da frase que explica o tema, pois as palavras indicam a abordagem que deve ser dada ao assunto. 
  • Reconheça o problema: toda redação do Enem apresenta um problema presente em nossa sociedade. Por isso, a primeira etapa é reconhecer qual é o problema apresentado não só no tema, mas também nos textos de apoio.
  • Pense em pelo menos dois argumentos: logo depois é preciso pensar em dois argumentos que sustentem a sua tese de que aquela situação é realmente um problema. Uma estratégia é apontar as causas e as consequências daquele cenário, mostrando como ele afeta a sociedade.
  • Decida o que será citado como repertório sociocultural: o Enem exige que o aluno mostre um repertório sociocultural sobre aquele assunto. Ou seja, o candidato deve fazer menção a algum filme, música, livro, lei ou situação que tenha relação com o tema dissertado. 
  • Planeje sua proposta de intervenção: o aluno deve trazer uma solução objetiva para o problema sobre o qual dissertou, apresentando cinco partes: o agente, a ação, o modo, a finalidade e o detalhamento da sua proposta. 
  • Faça um projeto de redação: após pensar em sua redação, faça um esqueleto dela anotando as ideias dos tópicos anteriores e comece a escrever. O ideal é que o texto tenha entre quatro e cinco parágrafos de tamanhos parecidos: um para a introdução; dois ou três para o desenvolvimento, deixando um argumento por parágrafo; e um para a conclusão.
  • Avalie a necessidade de um título: o título não é obrigatório na redação do Enem. Por isso, seu uso fica a critério do aluno.
  • Use corretamente os conectivos: o Enem exige que a redação seja coesa, ou seja, tenha uma lógica, um fluxo a ser seguido. Por isso, é importante lançar mão de conectivos que façam sentido com a sua argumentação. 
  • Estude para a redação: é importante saber escrever corretamente o texto para não perder pontos com isso. Escreva redações de temas variados, sempre pedindo auxílio de um professor para correção.

Como a nota na redação do Enem é calculada?

Para te ajudar a conquistar a nota mil em sua redação, também julgamos como importante lhe explicar como é o cálculo dos conteúdos textuais. 

Distribuição de pontos

A redação do Enem é dividida em cinco competências, cada uma delas sendo pontuada em cinco níveis, que vão de 0 a 200, somando no máximo 1000 pontos.

O que é avaliado?

  • Competência 1 – Se o candidato tem o domínio da língua portuguesa;
  • Competência 2 – Se o aluno produziu uma redação no modelo dissertativo-argumentativo, se escreveu sobre o tema da redação e se apresentou o repertório sociocultural;
  • Competência 3 – Se ele teve coerência e organização na argumentação, se as ideias são variadas e estruturadas, se ele soube defender seu ponto de vista;
  • Competência 4 – Se o candidato soube encadear as ideias por meio da coesão, se soube formular bons períodos, se usou os mecanismos linguísticos para estabelecer conexões no texto. Nessa competência também são avaliadas as repetições de palavras, que devem ser evitadas;
  • Competência 5 – Se o aluno fez uma proposta de intervenção. A proposta mais completa será a avaliada pelo corretor.

O que zera a redação?

Dentre os motivos para zerar a redação do Enem estão:

  • fugir do tema; 
  • não escrever um texto dissertativo-argumentativo; 
  • escrever menos que sete linhas manuscritas ou dez linhas em Braille; 
  • copiar os textos de apoio ou informações contidas nas questões sem escrever pelo menos oito linhas de texto próprio; 
  • fazer desenhos, sinais ou escrever números (sem função clara) no texto ou na folha de redação; 
  • escrever frases ou parágrafos desconectados do tema proposto; 
  • assinar ou registrar nome ou qualquer outro tipo de identificação fora do local determinado; 
  • escrever a maior parte do texto ou ele todo em língua estrangeira;
  • entregar a folha de redação em branco; 
  • escrever de forma ilegível.

Dois exemplos de redação nota mil do Enem para se inspirar

Democratização do acesso ao cinema no Brasil

A estudante de Direito Caroline Baptista Machado, de 21 anos, ex-aluna da Plataforma AZ, tirou nota 1000 na redação do Enem 2019 cujo tema foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. 

Ela conta que a maior dificuldade na preparação foi manter a rotina de fazer pelo menos uma redação por semana. 

No dia da prova, ela começou fazendo um resumo do que gostaria de falar, montou um rascunho do texto e foi fazer algumas questões. Depois voltou para reler de “cabeça fresca”, consertar os erros e passar a limpo. Confira a redação dela:

A aquisição de novas tecnologias permitiu o desenvolvimento de diversos setores do Brasil, o que facilita a obtenção de conhecimentos e conteúdos de forma rápida e prática.

Contemporaneamente, o cinema é um dos setores do país que se expande ao longo dos anos, transmitindo informações aos diferentes públicos. Entretanto, o acesso ao cinema ocorre de modo desigual entre os indivíduos presentes na sociedade brasileira.

Nesse contexto, essa diferença no acesso aos recursos cinematográficos persiste interpenetrada no país como subproduto da desigualdade entre as classes e regiões brasileiras e da alienação social diante desse panorama.

Em uma primeira perspectiva, a desigualdade histórica brasileira apresenta íntima relação com a existência desse cenário. Segundo o filósofo Jean Jacques Rousseau, em sua obra “Contrato Social”, a desigualdade social surgiu com base na noção de propriedade privada e na disputa por poder e riquezas entre os indivíduos. 

Essa ideia encontra-se materializada no processo de formação histórica do Brasil, o qual foi marcado pela disputa por riquezas entre as regiões e grupos sociais, instaurando um cenário de desigualdade que dificulta o acesso ao cinema pelos grupos menos favorecidos financeiramente.

Dessa forma, é indubitável que as disparidades existentes entre as regiões e classes dificultam a democratização do acesso ao cinema, uma vez que apenas as regiões desenvolvidas apresentarão os recursos financeiros necessários para fomentar a instalação de cinemas.

Em uma segunda análise, a alienação social contribui para a persistência da disparidade no acesso ao cinema. A filósofa alemã Hannah Arendt, em “Banalidade do mal”, refletia sobre o resultado do processo de massificação social, o qual formou indivíduos incapazes de realizar julgamentos morais, tornando-se alienados e aceitando situações sem questionar. 

O pensamento da filósofa está relacionado ao contexto de alienação da sociedade brasileira, no qual os sujeitos sociais se calam diante das questões que prejudicam grupos menos favorecidos, desconsiderando a importância de determinados recursos, como o acesso ao cinema, para o cumprimento de direitos sociais. Nesse contexto, é essencial superar esses paradigmas que prejudicam diversos indivíduos.

Verifica-se, portanto, que a desigualdade, em paralelo à social, é um fator fundamental para a persistência desse panorama. À fim de formar uma sociedade justa e igualitária, o Poder Executivo Federal, além de superar desigualdades históricas, deve desenvolver projetos de governo que informem a sociedade sobre a importância de agirem para garantir a igualdade no acesso ao cinema.

Essa medida deve ser realizada por meio de debates oferecidos por profissionais que estudam dados estatísticos sobre o problema, garantindo o convencimento social. Com a realização dessa medida, será possível usufruir do avanço tecnológico de modo positivo para o país.

Leia também: Sente dificuldade em compreender e interpretar textos? Confira 6 dicas de professor de redação para lhe ajudar!

Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

Já a estudante de Medicina Maria Eduarda Fionda, ex-aluna do AZ, tirou nota máxima na redação do Enem de 2018, cujo tema foi “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. 

Ela conta que o segredo foi estudar bem as estruturas pedidas pela banca de correção do Enem e praticar bastante. Ela revela que, ao se deparar com o tema, tomou um susto. 

Mas se concentrou e analisou palavra por palavra do tema e prestou bastante atenção nos textos de apoio. Assim, conseguiu organizar os argumentos que seriam usados e conquistar os 1000 pontos da redação. Leia o texto abaixo:

DA FICÇÃO À REALIDADE

George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios de comunicação são controlados e manipulados para garantir a alienação da população frente a um governo totalitário. 

Entretanto, apesar de se tratar de uma ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, a realidade do século XXI, uma vez que, na atualidade, usuários da internet são constantemente influenciados por informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem devidamente compreendidas e combatidas.

Convém ressaltar, em primeiro plano, que o problema advém, em muito, de interesses econômicos. Segundo o sociólogo alemão Theodor Adorno, a chamada “Indústria Cultural”, visando o lucro, tende a massificar e uniformizar os gostos a partir do uso dos meios de comunicação.

Sob esse viés, é possível depreender que a utilização de dados dos internautas por determinados grupos empresariais constitui uma estratégia de divulgação de produtos e pensamentos conforme seus interesses. Dessa maneira, ocorre a seleção de informações e propagandas favoráveis a essas empresas, levando o usuário a agir e consumir inconscientemente, de acordo com padrões estabelecidos por esses grupos.

Outrossim, o mau uso das novas tecnologias corrobora com a perpetuação dessa problemática. Sob a ótica do teórico da comunicação Marshall McLuhan, “os homens criam as ferramentas e as ferramentas recriam o homem”. 

Nessa perspectiva, é perceptível que o advento da internet, apesar de facilitar o acesso à informações, contribui com a diminuição do senso crítico acerca do conteúdo visualizado nas redes. Isso ocorre, principalmente, por conta do bombardeamento constante de propagandas e notícias, muitas vezes, sem a devida profundidade e sem o acompanhamento de análises de veracidade. 

Consequentemente, os internautas são cada vez menos estimulados a questionar o conteúdo recebido, culminando, então, em um ambiente favorável à manipulação de comportamentos.

É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem desafios a superar. Para tanto, o Poder Público deve restringir o acesso de empresas a dados pessoais de usuários da internet, por meio da elaboração de uma legislação eficaz referente ao problema. 

Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população sobre as mazelas de não questionar o conteúdo acessado em rede, por meio de campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de contribuir com o uso crítico das novas tecnologias. Assim, será possível restringir, de fato, a distopia de Orwell à ficção.

Esperamos que esse texto lhe ajude a entender como conquistar uma redação nota mil no Enem. Se você quer aprender ainda mais com a AZ, siga a nossa página do Instagram e nosso canal no YouTube. Boa sorte!