Quando o estudante não tem um bom desempenho acadêmico, a escola precisa colocar em prática um plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem para recuperar o aprendizado e evitar a reprovação no fim do ano letivo.

Ao identificar que o aluno apresenta dificuldades para aprender, é essencial que a escola realize ações para evitar que esse estudante tenha prejuízos a longo prazo por falta de conhecimento. 

Quer entender melhor como lidar com essa situação na sua escola? Continue a leitura deste post! 

Quais as principais causas de dificuldades de aprendizagem escolar?

A aprendizagem é um processo individual, ou seja, cada aluno aprende à sua maneira. Mas isso não significa que é normal o estudante apresentar dificuldades que impeçam seu desenvolvimento acadêmico na maior parte das aulas. 

Sejam elas pontuais ou fixas, as dificuldades de aprendizagem podem ser explicadas por fatores internos e externos. Por isso, é necessário entendê-los para avaliar como agir para contornar a situação.

Dentre as principais causas de dificuldade de aprendizagem, estão:

  • Fatores neurobiológicos – Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), discalculia, dislexia, Transtorno do Espectro Autista (TEA), disortografia, disgrafia, etc.
  • Fatores ambientais – não gostar do ambiente escolar, ambiente familiar tóxico, vulnerabilidade social, separação dos pais, morte de familiar ou amigo, etc;
  • Fatores pedagógicos e escolares – dificuldade para se encaixar na abordagem de ensino da escola, desinteresse pelo material didático, sala de aula pouco atrativa, bullying, etc; 
  • Fatores socioemocionais – não ter amigos na escola, dificuldade para dormir, ansiedade, depressão, etc. 
  • Fatores físicos – problemas oftalmológicos, déficit hormonal, etc.

Ou seja, a dificuldade de aprendizagem pode não estar relacionada apenas aos transtornos neurobiológicos. Por exemplo, uma criança que se encontra em insegurança alimentar pode ter baixo rendimento escolar por falta de alimentação adequada. 

Por isso, o plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem deve contar com a participação de toda a comunidade escolar e familiar. Em alguns casos, é necessário também o envolvimento de outros profissionais.

5 dicas para elaborar um plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem

A seguir, saiba o que sua escola pode fazer para ajudar os alunos com desempenho acadêmico insatisfatório.

1. Entenda a situação do aluno com dificuldade de aprendizagem 

Antes de elaborar um plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem, a gestão escolar precisa entender a situação de cada aluno individualmente

Em termos de conteúdo, pode-se realizar uma avaliação diagnóstica para identificar quais conhecimentos acadêmicos a turma apresenta maior dificuldade.

Contudo, como foi apontado anteriormente, é necessário entender se há fatores externos ligados à vida do aluno que interferem no desenvolvimento. 

A escola precisa criar um vínculo de confiança e acolhimento com o estudante para que ele se sinta à vontade para buscar ajuda quando necessário, a exemplo de situações de bullying.

Nesse sentido, a escola pode promover rodas de debates com estudantes e/ou disponibilizar um espaço reservado para o aluno conversar com a equipe pedagógica. 

Outra maneira de verificar o que pode ser a causa para dificuldade e aprendizagem é observar o desempenho do estudante ao longo do ano letivo. Para isso, a escola precisa questionar:

  • O aluno sempre apresentou dificuldade, ou passou a ter após um determinado período? 
  • A dificuldade de aprendizagem acontece em apenas uma disciplina?
  • O aluno apresenta mudança de comportamento com a dificuldade de aprendizagem? 
  • Como é a situação socioeconômica em que o estudante está inserido?

Leia também: Conheça os principais tipos de avaliação escolar para aprimorar o ensino-aprendizagem

2. Utilize a personalização do ensino

Em alguns casos, a falta de motivação para estudar pode ser resultado de uma abordagem padronizada e engessada, que não considera as necessidades e potencialidades individuais dos alunos. Afinal, cada pessoa tem o próprio ritmo de aprendizagem. 

Para cativar a atenção do aluno e motivá-lo, a escola pode adotar a personalização do ensino. Por meio da utilização de diferentes ferramentas e abordagens pedagógicas, é possível flexibilizar o ensino conforme as características, competências e habilidades individuais.

A Plataforma AZ oferece um recurso que auxilia na personalização do ensino. Por meio de uma trilha personalizada de aprendizagem, o professor tem acesso às competências aprendidas pelo aluno. Com essa informação, é possível montar um plano de aula de acordo com a necessidade desse estudante. 

Além disso, para implementar a personalização do ensino, a escola precisa:

  • realizar avaliações continuamente;
  • utilizar a tecnologia;
  • capacitar a equipe pedagógica e os professores;
  • utilizar materiais didáticos interativos;
  • construir um currículo pedagógico flexível e dinâmico. 

Leia também: Entenda o que significa personalização do ensino e quais são as vantagens dessa metodologia 

3. Busque ajuda especializada caso seja necessário

Em alguns casos, não basta incluir a equipe pedagógica e os professores no plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem. Isso porque o estudante pode enfrentar situações externas aos muros da escola. 

Por exemplo, ter um psicopedagogo na escola é importante para os casos de alunos com transtornos de aprendizagem. Esse profissional conseguirá identificar o problema e com a família, escola e um profissional de saúde, elaborar ações para auxiliá-lo no aprendizado.

De mesmo modo, um aluno em vulnerabilidade social necessita de suporte de uma assistente social. Afinal, é dever da escola comunicar às autoridades competentes ao identificar crianças e adolescentes vítimas de abusos físicos, psicológicos e sociais.

Por isso, o plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem precisa contar com profissionais especializados para eventuais problemas que não sejam pedagógicos. Pode ser necessário realizar contratações, ou buscar apoio junto aos órgãos públicos.

4. Trabalhe as competências socioemocionais na sala de aula

Além da parte cognitiva e acadêmica, o plano de ação para alunos com dificuldades de aprendizagem precisa trabalhar as competências e habilidades socioemocionais dos alunos — citadas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) como essenciais para a Educação Básica. 

As competências socioemocionais são um conjunto de capacidades ligadas ao lado emocional e social de cada indivíduo. É necessário praticar o autoconhecimento para entender essas emoções e sentimentos, e partir disso, criar mecanismos para enfrentá-los de maneira saudável.

Ao lidar com o sentimento de frustração após uma nota baixa, por exemplo, o aluno pode pensar em como melhorar nas próximas avaliações, em vez de desistir dos estudos. Para entender melhor o que são competências socioemocionais, confira este conteúdo disponibilizado pelo Ministério da Educação (MEC)

5. Seja flexível

A escola que deseja ajudar os alunos no rendimento escolar precisa ser flexível, pois mudanças terão de ser feitas. Por isso, a flexibilidade é o pilar principal do plano de ação para alunos com dificuldade de aprendizagem. 

A flexibilidade precisa estar em todos os âmbitos da escola: no currículo acadêmico, nas abordagens pedagógicas, na maneira como a escola se comunica com a família e alunos. Para isso, é necessário que todos adotem um olhar observador, capaz de identificar possíveis falhas no percurso educacional e corrigi-las. 

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