Você sabia que após elaborar as questões do Enem, elas passam por uma espécie de teste? E que a correção da prova utiliza uma metodologia que impede que o candidato “chute” todas as questões para tornar o processo de atribuição de nota mais justo?
Antes de chegar até as mãos do candidato, as questões do Enem passam por um rigoroso processo de elaboração e revisão, que explicamos em detalhes neste texto. Entenda um pouco melhor como as questões do Enem são elaboradas e o que é essa metodologia de correção!
Como as questões do Enem são elaboradas?
O Enem é composto por quatro grandes áreas do conhecimento: Língua Portuguesa e Suas Tecnologias, Matemática e Suas Tecnologias, Ciências da Natureza e Suas Tecnologias e Ciências Humanas e Suas Tecnologias. Cada uma tem, ao todo, 45 questões objetivas de múltipla escolha.
A escolha das questões do Enem é feita a partir de um Banco Nacional de Itens (BNI), gerido pelo Inep, mas construído por agentes externos. Educadores e pesquisadores são chamados para colaborar com o BNI por meio de chamadas públicas, segundo o Ministério da Educação (MEC).
O processo adotado pelo Inep para elaborar as questões para o Enem Digital segue o mesmo caminho da prova impressa. A diferença é que as questões são apresentadas em uma tela digital – exceto a redação, que ainda é feita no papel pelo candidato.
Ao elaborar as questões, independentemente da área de conhecimento, todas elas precisam ter texto introdutório, cinco alternativas de resposta, mas apenas uma deve estar certa. O Enem não apresenta “pegadinhas”, mas o candidato precisa estar atento para não interpretar o texto e as alternativas de maneira equivocada.
A cada edição, as questões que vão compor a prova são selecionadas no final do primeiro semestre do ano. Nesse sentido, é melhor estudar as atualidades que antecederam esse período, pois dificilmente um acontecimento posterior será cobrado no exame.
Além disso, apesar de todo ano os participantes relatarem que o Enem foi mais difícil que a edição anterior, as questões são selecionadas de maneira que todas as edições do Enem tenham o mesmo nível de dificuldade.
Como é o processo para elaborar questões do Enem?
Em 2021, o Inep divulgou um material explicando ao participante como é o processo para elaborar questões do Enem:
1 – Publicação de edital de chamada pública para seleção de colaboradores para produção de itens.
2 – Equipes das quatro áreas do conhecimento avaliadas pelo Enem capacitam os colaboradores, alinhando os critérios elaborados pelas matrizes de referência e pelo guia de elaboração de revisão de itens.
3 – Ao elaborar as questões, os itens, como elas são chamadas, são feitas conforme os parâmetros do Enem e do Inep.
4 – O revisor técnico-pedagógico confere se os critérios foram atendidos, para avaliar a necessidade de modificação.
5 – Especialista das áreas de conhecimento são convidados para chancelar, ou não, as modificações feitas pelo elaborador e revisor, sempre guiados pela ficha de revisão de itens.
6 – Especialistas das áreas de conhecimento do Enem validam, ou não, o item elaborado.
7 – Todos os itens passam por um pré-teste, que é a aplicação para uma amostra populacional com características semelhantes do público-alvo do Enem. A pré-testagem é a forma empírica de avaliar parâmetros como, por exemplo, a probabilidade de acerto ao acaso da questão.
8 – A partir das respostas, são feitas análises psicométricas e pedagógicas. As questões que atenderem todos os critérios ficam disponíveis para a montagem de provas futuras.
9 – O item elaborado passa a integrar o BNI, repositório de questões à disposição do Inep para uso em futuras provas do Enem. Estima-se que o BNI tenha cerca de 10 mil questões.
10 – Durante a seleção dos itens para composição de uma prova são levados em conta os índices psicométricos obtidos no pré-teste. Também são considerados o conteúdo abordado, temática e habilidade.
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O que é TRI?
A correção das questões do Enem é feita por meio de uma tecnologia de conhecimento do cartão-resposta. Já a metodologia aplicada é a Teoria de Resposta ao Item (TRI). O cálculo da nota final do participante é feito pelo consórcio aplicador e pelos pesquisadores do Inep.
O TRI é um modelo matemático que prioriza a coerência no desempenho do candidato. Para isso, caso o candidato acerte mais questões difíceis que fáceis, o sistema entende que houve um “chute” por parte do candidato.
Dessa maneira, mesmo que dois candidatos acertem a mesma quantidade de questões, cada um terá uma nota diferente. Ao elaborar as questões, elas são classificadas com nível fácil, médio e alto de dificuldade.
Cada nível de dificuldade recebe um peso diferente, mas espera-se que o candidato tenha desempenho melhor nas fáceis, mediano nas médias, e um pouco abaixo nas questões difíceis. Nesse sentido, de preferência, o participante precisa acertar a maior quantidade possível de questões fáceis.
Ou seja, mesmo acertando as questões difíceis, o TRI entende que o aluno “chutou”. Afinal, se ele não consegue responder corretamente às questões fáceis, entende-se que as mais difíceis seriam ainda mais trabalhosas para o participante do Enem. Contudo, vale pontuar que o sistema não retira pontos da nota.
Nesse caso, o TRI preza pela preparação acadêmica do candidato para o Enem. Ou seja, recebe uma nota melhor quem realmente se preparou para as provas.
Ademais, a TRI é utilizada apenas para as perguntas de múltipla escolha. Desse modo, a redação do Enem recebe outra metodologia de correção — feita com base nas cinco competências exigidas pelo Inep.
Como ter um bom desempenho nas questões do Enem?
Se chutar não é a opção ideal para garantir uma boa nota, como ter um bom desempenho nas questões elaboradas para o Enem? As dicas abaixo podem te ajudar!
Atente-se ao contexto
Em algumas questões, o candidato pode errar ao não considerar todo o contexto da informação apresentada, do enunciado e/ou das alternativas apresentadas. Por exemplo, uma das opções pode estar com alguma afirmação correta, mas não corresponde ao contexto.
Essa situação é comum nas questões que pedem a opção incorreta, por exemplo. Para evitar esse problema, é fundamental fazer uma boa interpretação da questão por um todo. Uma boa dica é ler primeiro o enunciado, para depois ler o texto de apoio.
Cuidado com os falsos cognatos
Principalmente na prova de Língua Estrangeira, o candidato pode se deparar com uma palavra que tem significados diferentes do português para o inglês/espanhol. Nesse caso, é essencial avaliar o termo corresponde ao texto e ao que a questão solicita.
Considere que o Enem não tem “pegadinha”
Ao elaborar as questões, nenhuma “pegadinha” é feita de propósito. Nesse sentido, mesmo que uma questão seja muito fácil, ela não é uma maneira de o candidato ser induzido ao erro. Por isso, responda-a normalmente, assim como no restante da prova.
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Como estudar para as questões do Enem?
Apesar da recomendação de acertar as questões fáceis, o candidato também precisa ter um bom desempenho nas questões medianas e de alta dificuldade, pois elas valem mais pesos na nota final. Por isso, o candidato precisa se preparar para o exame.
Para os candidatos que vão prestar o Enem em 2022, a Plataforma AZ, solução educacional que também está no digital, oferece conteúdos completos e gratuitos para quem desejar alcançar uma boa nota:
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