Relacionado ao bem-estar físico e mental próprio, o autocuidado se popularizou nos últimos anos. Dormir bem, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável é algo que muitos de nós já praticamos – ou, ao menos, reconhecemos a importância.
Entretanto, essas ações não são prioridade para parte dos estudantes. Cheios de energia e com um futuro repleto de sonhos, se preocupar em dormir 8 horas por noite pode não parecer tão importante quanto assistir ao Reels do momento ou sair com os amigos.
Mas será que existe uma relação entre o autocuidado e o processo de aprendizagem? Continue lendo para descobrir a resposta. Boa leitura!
Ações de autocuidado, como dormir bem, podem impactar a aprendizagem?
O autocuidado desempenha um papel fundamental não apenas no bem-estar de uma pessoa, mas também em seu processo de aprendizagem.
Segundo um estudo publicado na revista Anxiety, Stress & Coping em 2018, uma rotina de autocuidados, que envolve dormir bem e praticar exercícios físicos, teve um impacto positivo nos níveis de estresse e ansiedade sentidos por estudantes universitários.
Isso, por sua vez, melhorou a capacidade de concentração e a qualidade do aprendizado realizado pelos alunos.
Cuidados como esses devem ser ainda mais prioritários para estudantes do 3º ano do Ensino Médio, que prestarão vestibulares como Fuvest e Enem. Além da carga intensa de estudos, o período de preparação para o vestibular é repleto de expectativas e pressão de diversos lados.
Nesse sentido, cuidar do psicológico permite lidar melhor com as demandas desse período agitado, além de aumentar a produtividade do jovem.
Como a escola pode incentivar o autocuidado na sala de aula?
1. Incentive a prática da meditação
Técnica que visa a focalização da atenção plena e concentração, por meio do controle da respiração, a meditação é um ótimo exercício a ser aplicado nas escolas. Entre os benefícios está o investimento no bem-estar da mente e do corpo, já que essa prática ajuda a reduzir a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Uma das técnicas de meditação mais conhecida é a mindfulness, que visa estar no agora conscientemente.
Na sala de aula, essa técnica pode ser facilmente aplicada no início pelo professor, que pode convidar os estudantes a ficarem em silêncio e focar na respiração. Acredite, apenas um minuto dessa prática pode fazer toda a diferença.
2. Promova ações de prevenção ao bullying
O bullying é um dos principais entraves para a manutenção do autocuidado e da saúde mental entre os jovens, já que a violência psicológica e física pode acarretar inúmeros prejuízos para o aluno.
Apenas em São Paulo, os casos em instituições educacionais públicas aumentaram 48,5% no primeiro bimestre de 2022 no comparativo com 2019. Ou seja, apesar do bullying acontecer em diversos espaços, ele é frequente na escola.
Como esses períodos são essenciais no amadurecimento emocional, a violência pode causar sintomas físicos e emocionais nas vítimas, como:
- baixa autoestima;
- ansiedade;
- isolamento social;
- depressão;
- entre outros.
Por isso, é essencial haver um trabalho de conscientização e educação com todos os alunos, para que eles possam entender os perigos dessa prática e como elas podem afetar a saúde mental e física dos outros.
3. Implemente a educação socioemocional
A educação socioemocional visa o estímulo da aprendizagem para além de habilidades cognitivas e acadêmicas. Isso significa que, nessa abordagem pedagógica, o ensino é voltado para o desenvolvimento de habilidades e competências ligadas ao lado social e emocional do indivíduo.
Ou seja, com a educação socioemocional, os alunos ganham a oportunidade de praticar o autoconhecimento e o autocuidado. Esses termos, inclusive, estão listados nas 10 Competências Gerais que devem ser desenvolvidas na Educação Básica, ao lado de temas como repertório cultural, comunicação, empatia e cooperação.
Leia também: Como as competências socioemocionais ajudam a promover saúde mental entre os estudantes?
E em casa, quais práticas de autocuidado podem trazer mais leveza para a rotina dos estudantes?
Dormir bem e se exercitar influenciam na concentração e absorção de conteúdos educacionais, por isso é importante que a escola também se preocupe em incentivar o autocuidado em toda a rotina dos alunos.
Assim, sua instituição não só ajuda os estudantes a atingirem todo seu potencial, como também pode aumentar a retenção de alunos na época de rematrículas. Mas quais práticas podem melhorar a aprendizagem dos jovens?
Organizar (ou mudar) o local de estudo
Parte dos estudantes possui uma escrivaninha dedicada aos estudos, mas elas podem ficar desorganizadas ao longo do ano letivo. Jogar fora o que não faz mais sentido nesse espaço e/ou redecorá-lo pode ajudar na concentração.
Também é comum que os alunos se sintam cansados de olhar para o mesmo espaço diariamente. Nesse caso, a sugestão é buscar outros espaços da casa, como a sala, cozinha ou varanda.
Já em casas barulhentas, uma biblioteca municipal ou praça pode ajudar. A escola também pode apoiar nesse sentido, oferecendo espaços próprios de estudo – como salas de aula vazias.
Implementar dicas científicas na rotina de estudos
Você sabia que alternar os conteúdos de estudo é um método cientificamente comprovado de melhorar a aprendizagem e a retenção de informações? Esse é apenas um exemplo de como a ciência pode influenciar a qualidade da aprendizagem e melhorar o rendimento.
Por isso, reunimos um artigo com 8 dicas comprovadas pela ciência que podem ajudar os jovens nos estudos. Que tal compartilhar esse conteúdo com eles?
Dormir bem sempre
Reduzir o estresse, controlar o apetite, aumentar a produtividade, melhorar a memória e o raciocínio, ajudar no sistema imune e aprimorar a criatividade são apenas alguns dos inúmeros benefícios de uma boa noite de sono.
Dessa forma, ter entre 7 e 8 horas de sono de qualidade por dia é o suficiente para aliviar o estresse, cansaço e ansiedade após um longo dia de estudos.
Entretanto, para dormir bem, é necessário:
- não utilizar telas antes de dormir;
- evitar bebidas estimulantes e/ou alcoólicas durante a noite;
- manter o quarto com temperatura e iluminação agradáveis;
- evitar alimentos gordurosos antes de dormir;
- fazer exercícios físicos durante o dia.
Com o autocuidado, a aprendizagem pode ser ainda melhor!
Esperamos que, com esse conteúdo, você tenha compreendido a importância que o autocuidado pode ter na rotina dos seus alunos. E se você quer mais dicas para cuidar da saúde mental de toda a comunidade escolar, recomendamos a leitura do conteúdo “Ações para cuidar da saúde mental na escola”. Esperamos que goste!
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