A pandemia trouxe uma camada extra de preocupações para todos que integram uma comunidade escolar. Com as incertezas sobre o futuro e a falta de interação dos estudantes nas escolas, tanto os pais quanto os educadores precisaram pensar em novas maneiras de motivar os jovens durante a pandemia.
No momento de volta às aulas, a preocupação continua. Embora o aprendizado dentro da escola tenha seus benefícios, os professores e demais educadores reconhecem que o “pós-pandemia” é um período de adaptação, e reserva alguns desafios — não só ponto de vista sanitário, mas também, comportamental dos estudantes.
Então, como lidar com as maiores dificuldades encontradas por eles? Quais são essas dificuldades? Como a escola pode agir nesse assunto tão delicado? Tudo isso e muito mais, você verá neste post. Acompanhe e venha tirar suas dúvidas!
Quais são as dificuldades encontradas pelos estudantes durante a pandemia?
A falta de convívio com colegas e a rotina indefinida trouxeram alguns desafios para o desenvolvimento de crianças e jovens. Confira, a seguir, algumas ameaças que nem sempre são visíveis, mas que afetaram a vida dos estudantes escolares durante a pandemia.
Ansiedade
As mudanças bruscas vividas durante a pandemia podem ter levado crianças e jovens a sentimentos negativos causados pelo momento de incertezas vivido durante o isolamento social. Eles não poderiam contar mais com tarefas que transmitem segurança e deixam a rotina mais previsível, como ir à escola, encontrar os professores e seus colegas de turma.
O convívio com os pais e familiares também passou por mudanças nos lares. O trabalho enfrentou novos desafios durante a pandemia, e muitas famílias precisaram lidar com dificuldades financeiras. Essas questões acabaram refletindo na sensação de segurança das crianças e jovens.
O contexto de incerteza e instabilidade está entre as possíveis causas que levam à piora da saúde mental em crianças e jovens. A consequência disso é o agravamento de sintomas depressivos e ansiosos.
Problemas de socialização
O convívio tem um papel importante no desenvolvimento infantil. São nas brincadeiras e em atividades em grupo que uma criança aprende a compartilhar, conversar e criar interpretações. O convívio restrito ao contexto familiar, portanto, pode impor novos desafios à capacidade de socialização dos estudantes.
Sabe-se que as crianças menores têm uma capacidade maior de adaptação a diferentes contextos, e isso, sem dúvidas, é um ponto positivo quando elas precisam retomar às aulas presenciais nas escolas. Contudo, enquanto adotarem um modelo de educação remota ou híbrida no pós-pandemia, é preciso que os pais se esforcem para promover diferentes formas de socialização das crianças menores.
Dificuldades de aprendizagem
O contexto de confinamento provocado pela pandemia levou as escolas a adotarem o modelo de videoaulas e aulas ao vivo, realizadas de forma remota. Muitos pais e familiares, nessa nova dinâmica escolar, perceberam que as crianças enfrentaram dificuldades de concentração e aprendizado.
Fatores emocionais e ambientais podem estar ligados a esse problema. Por exemplo, dentre as questões emocionais, podemos mencionar a sensação de ansiedade e a experiência de perda na família que muitas crianças e jovens precisaram enfrentar durante a pandemia.
Dentre os ambientais, são alguns exemplos a falta de um local organizado para os estudos, a dispersão provocada por interferências externas às aulas, as dificuldades para se adaptar às ferramentas necessárias para estudar e os problemas de conexão com a internet.
Por que os pais e as escolas devem se unir para ajudar os estudantes?
A participação da família na educação das crianças e dos jovens é algo essencial em todos os contextos. Sem essa união, o sucesso escolar pode ficar comprometido no que diz respeito ao desenvolvimento emocional, social e cognitivo dos estudantes. Essas questões se tornaram mais evidentes no contexto de adaptação gerado pela pandemia.
Na migração das atividades pedagógicas para o ambiente digital, os pais e familiares tiveram o papel fundamental no processo de adaptação dos estudantes ao novo contexto. Na volta às aulas presenciais, agora, no ensino híbrido, as famílias também desempenham responsabilidades essenciais na educação dos estudantes.
A seguir, veja algumas razões pelas quais é importante fortalecer a relação entre pais e escola durante a pandemia.
Acompanhamento das atividades escolares
Na rotina de atividades virtuais, os pais ou responsáveis pelos alunos precisam buscar explorar com eles a plataforma em que são disponibilizadas as matérias das aulas. Além disso, preparar os itens para assistir às aulas, como caderno e estojo, e auxiliá-los na revisão dos assuntos, acompanhar novidades da escola e combinar os horários de estudo.
Acompanhar o desempenho da criança de perto ajuda a conhecer melhor suas aptidões e maiores dificuldades. Os pais ou familiares podem repassar essas informações para os professores da escola. A partir disso, a equipe pedagógica pode trabalhar com base nas maiores dificuldades de cada aluno, personalizando ainda mais as propostas de ensino.
Criação de uma rotina
A dificuldade de manter uma rotina de estudos, principalmente, no período de pandemia, pode ter origem na falta de apoio e acompanhamento da família na vida escolar das crianças e dos jovens. Com as inúmeras dispersões dentro de casa, os pais desempenham papel ainda mais importante na tarefa de ajudá-los a seguir um cronograma.
Com a participação dos responsáveis, a tendência é que despertem nos estudantes a sensação de amparo e estímulo. Dessa forma, as chances de os estudantes se dedicarem às lições escolares são ainda maiores.
Aumento do rendimento
O estudante que recebe estímulo e apoio da família, dos professores e da escola como um todo, naturalmente, tende a se desenvolver mais nos estudos. Isso, com certeza, acaba se refletindo diretamente nos rendimentos em avaliações e no interesse nos assuntos trabalhados na escola.
Qual é a importância da motivação para os estudantes nesse momento?
A motivação é, talvez, o fator mais importante para que os professores contem com o engajamento dos estudantes. É claro que nem sempre é fácil manter uma turma 100% interessada nos assuntos apresentados em sala de aula, afinal, a motivação também está atrelada a condições pessoais, que o professor não pode controlar.
Porém, os profissionais podem usar técnicas e habilidades a seu favor para promover a motivação educacional. As metodologias de ensino e o domínio que o professor tem do assunto desempenham um forte impacto na maneira como os alunos vão se manter engajados nas aulas.
Os impactos positivos da motivação na escola são evidentes:
- melhor desempenho geral no rendimento escolar;
- autonomia na jornada de conhecimento: o aprendizado do aluno se torna um processo contínuo, alimentado pela curiosidade e que não termina na sala de aula;
- melhora na comunicação da escola com a família;
- reputação positiva da escola no mercado educacional.
É importante que os professores saiam das aulas puramente teóricas, e mostrem para os alunos o lado prático e aplicável do conhecimento. Isso vale para as aulas presenciais, remotas e, principalmente, na educação híbrida — modelo amplamente adotado na volta às aulas presenciais durante a pandemia.
A falta de participação e de interesse dos alunos se tornou um dos grandes desafios a serem enfrentados pelos professores. A boa notícia é que a educação híbrida oferece algumas vantagens, no que diz respeito à motivação dos estudantes.
Por ser um modelo de ensino que nasceu com a transformação digital, os professores podem unir o mundo online e offline para evitar que o currículo escolar fique “engessado”. Assim, abrem espaço para atividades mais convidativas para as turmas.
Quais são as vantagens da educação híbrida na pandemia?
O modelo de educação híbrida combina o ambiente físico da escola com os espaços virtuais, permitindo que o aluno aprenda de forma contínua e conectada à sua realidade cotidiana. Dessa forma, o aprendizado não está mais restrito às salas de aula, e o aluno pode usar a tecnologia a favor do seu desenvolvimento intelectual.
Em tempos de pandemia, a educação híbrida se tornou uma tendência forte. Daqui por diante, espera-se que as soluções digitais se tornem algo permanente na sala de aula, não sendo mais uma solução emergencial.
A seguir, veja quais são as principais contribuições da educação híbrida, inclusive, para a motivação dos estudantes durante a pandemia.
Personalização do ensino
Cada estudante tem necessidades e um ritmo próprio de aprendizado. Por isso, um único esquema de ensino não é capaz de abranger de forma suficiente todas as demandas de uma turma, ao mesmo tempo.
A personalização do ensino parte dessa premissa, e tem por objetivo permitir que os professores considerem as particularidades dos alunos no planejamento das aulas, nas formas de avaliação e nas metodologias de ensino. Na educação híbrida, o uso de tecnologias e a flexibilidade na realização das atividades é o que favorece essa customização.
Os alunos podem organizar melhor o seu tempo de estudo em casa para respeitar seu ritmo de aprendizado. Quando estiverem no espaço físico da escola, contam com um espaço convidativo para tirar dúvidas e construir o conhecimento por meio da interação com professores e colegas de turma.
Aprendizado ativo
Talvez a grande vantagem da educação híbrida seja a oportunidade de o aluno participar ativamente da sua jornada de ensino. Um aprendizado ativo incentiva a formação de um aluno protagonista, capaz de usar a criatividade e a curiosidade para encontrar soluções para problemas práticos que estejam relacionados com sua realidade.
As atividades da educação híbrida costumam demandar habilidades como liderança, pensamento crítico, trabalho em equipe e proatividade. O professor, nesse caso, não é o detentor do conhecimento transmitido aos alunos, e sim, o guia que deve acompanhar e orientá-los em suas próprias jornadas.
Mais motivação
A educação híbrida também desempenha um forte incentivo às habilidades socioemocionais dos alunos. Na medida em que precisam participar de forma ativa da relação de ensino-aprendizado, a tendência é que os alunos ganhem mais autoestima e confiança com as atividades propostas pelos professores.
Outro fator que liga a educação híbrida à motivação dos alunos é o uso de ferramentas que não seria possível aplicar na educação tradicional presencial.
Como apoiar os estudantes na educação híbrida?
Para uma implementação bem-sucedida da educação híbrida na escola, é necessária uma série de mudanças, que vão muito além da aquisição de computadores ou tablets. O bom planejamento do modelo resultará, dentre outras coisas, no maior interesse dos alunos com as atividades propostas pelos professores.
Abaixo, veja alguns aspectos que podem ajudar na implementação da educação híbrida na sua escola.
Foque o aprendizado, não apenas resultados
A competitividade e a preocupação com os resultados imediatos são obsessões que estão presentes em vários âmbitos da vida, inclusive, no lazer. Porém, se a escola também se preocupa unicamente com os resultados, ela corre o risco de aplicar métodos de avaliação engessados, e acabar desvalorizando a criatividade e o esforço dos alunos.
Então, se a sua escola quer engajar os estudantes, é importante que a sua equipe pedagógica esteja empenhada em incentivá-los a identificar seus próprios pontos fracos e aptidões. Ao focar o progresso do aprendizado, o aluno pode ter uma noção clara de suas evoluções e como pode melhorar ainda mais seu desempenho.
Um dos motivos que levam os estudantes à desmotivação com os estudos é, justamente, a dificuldade de reconhecer o próprio amadurecimento com o aprendizado. Isso nem sempre é possível de fazer por meio de provas escritas de múltipla escolha. Métodos de avaliação mais flexíveis, por sua vez, são bem-vindos nesse caso.
Priorize a interação com os alunos
O professor consegue a participação de uma turma mais facilmente quando os conteúdos ministrados em aula se relacionam de alguma forma ao cotidiano dos alunos. Essa aproximação com a realidade faz com que eles percebam a aplicação do material no dia a dia. Isso, além de despertar interesse, favorece a interação do professor com os alunos.
Na educação híbrida, outra dica que pode ajudar na motivação dos estudantes é deixá-los à vontade para perguntar, tirar dúvidas, fazer sugestões e levantar pontos que eles acharam interessantes. Essa abertura para a troca de feedbacks pode criar uma situação confortável, que encoraja a participação ativa nas atividades.
Use metodologias ativas
As metodologias ativas de aprendizagem compõem um conjunto de métodos que colocam o aluno no comando do processo de aprendizado. O objetivo é incentivar as turmas a construírem conhecimento de forma participativa e com autonomia.
As metodologias ativas fazem parte de modelos de educação híbrida, porque elas adotam as soluções digitais como ferramentas para promover o aprendizado autônomo dos estudantes, unindo os mundos online e offline.
A seguir, descubra quais são as principais metodologias ativas, e saiba como colocá-las em prática na sua escola:
Sala de aula invertida
Essa metodologia consiste em três etapas. Na primeira, o educador define e apresenta para os alunos o assunto que será trabalhado por eles.
Na segunda etapa, os estudantes precisam seguir as orientações do educador para pesquisar sobre o assunto em casa e estudar por meio dos materiais disponibilizados pela escola. Por fim, na terceira etapa, a turma se reúne no espaço físico para discutir o assunto, tirar dúvidas e fazer atividades.
Aprendizagem baseada e projetos
Metodologia focada na busca de respostas para uma situação-problema relacionada à realidade cotidiana da turma. Os alunos começam uma jornada de pesquisa, criação de hipóteses e busca de recursos para responder a indagação proposta pelo educador. No final, eles podem organizar suas descobertas por meio de vários instrumentos de multimídia, como vídeos, gráficos e slides.
Rotação de laboratório
Também chamada de “laboratório rotacional”, essa metodologia ativa consiste em dividir a turma em dois grupos. O primeiro trabalhará determinado assunto nos espaços físicos da escola, enquanto o segundo poderá usar o laboratório online de aprendizado. Em seguida, quem estava no laboratório se dirige para o outro espaço, e vice-versa.
Gamificação
Essa metodologia tem a proposta de transformar qualquer situação de aprendizado no formato de um jogo. O objetivo da gamificação na educação é tornar a construção do conhecimento mais dinâmica e prazerosa para todos os participantes.
O educador ainda pode aplicar ferramentas digitais para inserir os celulares e o mundo online como um todo no processo, deixando a metodologia ainda mais atrativa para os mais jovens.
A ideia das metodologias ativas é a mesma: tirar o aluno da estagnação na relação com o aprendizado e colocá-lo como protagonista. A valorização da experiência para o aprendizado é outra semelhança entre as metodologias, pois todas elas priorizam a chance de aprender na prática.
Estruture o projeto de vida dos alunos
O projeto de vida é um processo de planejamento de metas e estratégias para a construção de um futuro. Ele compõe as dimensões pessoais, profissionais e sociais de cada aluno. Esse é um componente para o currículo das escolas previsto na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio.
Para o planejamento de um projeto de vida, a escola pode criar oportunidades de o aluno identificar suas aptidões, interesses e paixões. Incentivar o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a abertura ao novo e o engajamento com os outros, é excelente maneira de ajudar na elaboração do projeto de vida.
Além disso, é importante que a escola tenha um acompanhamento individualizado, tendo em vista que o projeto é algo particular de cada aluno. Assim, vale utilizar avaliações mais flexíveis, como as avaliações formativas, que substituem o certo/errado pela capacidade de reconhecer interesses e aptidões.
Treine os professores
Na educação híbrida, os professores ocupam uma posição mediadora e precisam utilizar a tecnologia como aliada no processo de ensino e aprendizagem. Embora alguns profissionais adotem naturalmente essas posturas, a escola pode oferecer capacitação para que eles consigam aplicar novas técnicas e habilidades na educação híbrida.
Os treinamentos para professores podem ser em grupo e/ou propostos de forma individualizada. Agrupados, os educadores podem pensar em estratégias que dão certo no contexto específico da instituição, além de trocar experiências e tirar dúvidas.
Os treinamentos individuais também podem ser interessantes, como oficinas e palestras. Podem ser propostas orientações particulares para educadores que ministram matérias com caráter mais prático, como Educação Física.
Quais os riscos de não trabalhar a motivação dos estudantes durante a pandemia?
Alunos desmotivados e desinteressados nas aulas trazem desafios para várias áreas do âmbito escolar. Sem o esforço de engajar as turmas, principalmente, durante a pandemia, uma escola pode acabar com consequências sérias. Confira alguns exemplos, a seguir.
Evasão escolar
Embora seja um problema mais comum em instituições públicas, a evasão escolar também é um desafio que deve ser enfrentado pela gestão escolar de instituições particulares. O fechamento durante a pandemia ressaltou esse problema, que tem como um dos motivos a falta de motivação dos alunos com os estudos.
A perda de estudantes pode ser evitada por meio de estratégias que garantam o alto nível de satisfação de familiares e estudantes. Na pandemia, um fator que entra nessa avaliação é a capacidade de a escola se adaptar ao contexto de volta às aulas presenciais, garantindo toda a segurança dos membros da comunidade escolar.
Professores desmotivados
A motivação dos alunos com as aulas não depende apenas do corpo docente. Essa situação que demanda, sobretudo, o esforço da gestão escolar, se não é bem resolvida, pode acabar criando um problema em cadeia, e afetar a satisfação dos professores com a escola.
Danos na infraestrutura escolar, ausência de um plano de carreira e de formação continuada podem levar à desmotivação dos profissionais da educação.
Baixa taxa de rematrícula
Os problemas com os alunos desengajados se refletem na taxa de adesão das famílias durante o período de matrícula. Pais e familiares insatisfeitos com o enfrentamento das escolas na pandemia decidiram migrar os estudantes para outras instituições. Com o objetivo de não interromper a rotina dos alunos, muitos decidiram fazer essa migração no intervalo entre os semestres.
Chegamos ao final do conteúdo e esperamos que você tenha gostado das dicas de como motivar os estudantes durante a pandemia. É importante, nesse momento, estudar a possibilidade de adotar novos métodos de ensino e, principalmente, promover a autonomia, a autoestima e a conexão entre os alunos.
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